Via de regra o retorno de um investimento é diretamente proporcional ao risco.
Isto é: investir na poupança vai te dar aquele retorno levemente superior à inflação, mas o risco é quase nulo.
Investir em um negócio próprio, uma pizzaria delivery, por exemplo, tem lá seus riscos, mas se for bem estruturada e seguir o que esse mercado já gerou de benchmark, é bem provável que você ganhe muito mais que a inflação.
Mas terá que assumir alguns riscos, sem falar que precisa trabalhar muito! 😊

E como investir em startups? Bom, se pensarmos que algumas das maiores empresas do mundo, como Apple, Google e Facebook, começaram como startups, parece bem interessante.
Só um detalhe: o risco!
Veja estes dados.

Índices de sucesso de startups:

  • Estimativas indicam que 90% das startups fracassam (The Guardian)
  • 75% das startups que recebem aporte quebram (Exame)
  • 6 em cada 10 startups brasileiras não dão certo (Folha)

Confira o infográfico divulgado pela Folha:
investir em startups
Mas calma! É exatamente para que você saiba como investir em startups com mais segurança que fomos chamar a ajuda de dois profissionais especializados no assunto: Marc Sangarné, CEO da Jota, uma organização que trabalha com Business Intelligence, risco institucional e transparência; e Guilherme Lima, Gestor de Portfólio da ACE, uma das mais conceituadas aceleradoras de startups da América Latina.
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Saiba mais: Roda presa? Solte o freio-de-mão e aprenda como montar uma startup com o mestre

Como investir em startups: analise muito bem o negócio e a equipe

Guilherme-Lima“Investir em empresa nascente, de futuro incerto, apesar de ter maior risco, o retorno poderá ser muito maior que qualquer outro ativo disponível no mercado”

Com esta frase animadora, Guilherme Lima mostra algumas boas razões para ser um investidor em startup.
O principal motivo, na visão dele, é poder investir, apoiar e fazer parte do desenvolvimento das empresas que vão dominar os mercados no futuro. Muitos dos investidores que começam a investir em startups entram nesse mundo pela constante troca de informação, uso de novos métodos de gestão e de visão do mundo.
Talvez seja isso que tenha feito Marc Sangarné investir em sua primeira startup, a Pluga, veja o que ele diz:

marc-Sangarne“O Brasil precisa de inovação e de aumentar a sua produtividade. A Pluga faz exatamente isso, acredito muito na missão da empresa. Além disso, eu podia arriscar esta parte do meu capital”

Aliás, essa questão do risco é um ponto que Guilherme também salienta. Para ele, não tem como investir em startup sem conhecer as tendências dos mercados e estar disposto a tomar bastante risco.
Mas como saber se uma startup é uma boa opção de investimento?
Veja mais: Fintech Startup: reinventando o jeito de lidar com seu dinheiro

Decidindo em qual startup investir

Começamos o texto mostrando que muitas startups cometem erros que acabam por comprometer seu sucesso. Para você ter uma ideia, o site Founders&Founder divulgou um infográfico com os 18 dos erros mais comuns cometidos por empresas emergentes, confira:
investir em startups
E é exatamente para que você, que deseja se tornar um investidor-anjo, não escolha investir em uma startup que pode cair em uma dessas armadilhas, que Guilherme e Marc nos passaram mais algumas boas dicas.

“Não recomendaria investir sem ter duas coisas: uma avaliação analítica e uma grande aderência com a missão da empresa e com o seu time”

É o que alerta Marc. Para ele, o mais importante para saber como investir em startups é a equipe: diversidade, experiência e capacidade de trabalhar juntos.
É mais importante que a própria ideia. Uma boa equipe vai conseguir testar, avaliar resultados e mudar o modelo de negócios se for necessário. Ao contrário, uma ideia bilionária na mão de um time disfuncional não vale nada.
O seu segundo critério é o problema sendo resolvido: qual é a relevância deste problema?
Isso dá uma indicação forte do tamanho do mercado e da força da missão da empresa.
Finalmente, o terceiro critério é a parte mais técnica, a articulação do plano de negócio: em particular a coerência e validação das hipóteses.
É interessante notar como Guilherme comunga de várias dessas opiniões, veja o que ele diz sobre a equipe e outros temas, na hora de decidir por investir em startups:

“Olhamos primeiro se a equipe empreendedora tem as capacidades técnicas e resiliência para tornar aquela visão em um grande negócio”

O segundo passo, para Guilherme, é olhar o mercado, o tamanho potencial dele e se a dor é realmente latente neste mercado.
Em terceiro lugar, se o produto é inovador e realmente escalável, ou seja: sem contar com muitos recursos, ele consegue capturar bastante valor para a empresa?
A tese usada na ACE é simples: Em termos de tecnologia, eles são bastante abertos, sem um mercado específico, mas a startup deve se apoiar em alguma inovação, seja em produto ou em modelo de negócios.
Na ACE, os Investimentos são feitos no início da jornada dos empreendedores, quando já há um MVP (Produto Minimamente Viável) e alguns clientes onde a hipótese do problema já esteja sendo testada.
Assim, eles podem aplicar sua metodologia e acompanhar a startup.
Além disso, eles elencam 3 critérios básicos que uma startup bem-sucedida precisa ter entre as competências-chave do time fundador:

  • Visão
  • Técnica
  • Vendas

“Normalmente, um só fundador não consegue preencher os 3 critérios”

Confira também: As fantásticas fábricas de Startups: onde fica o Vale do Silício Brasileiro?

O papel de quem quer investir em uma startup

A experiência de Guilherme na ACE mostra que este papel depende do perfil de cada investidor. Se ele tem tempo, interesse e valor para agregar às suas investidas, a ajuda é sempre bem-vinda.
Nesse caso, um investidor-advisor pode apoiar o desenvolvimento do negócio, seja através de network ou conhecimento técnico específico para gestão. Por outro lado, ele pode ser um investidor-capitalista, para diversificar os seus investimentos e apoiar o empreendedorismo do seu país ou região.
Além disso, é importante que o empreendedor e os investidores se reúnam ao menos uma vez por trimestre, para updates e tomada de decisões relacionada às diretrizes estratégicas.
Para saber mais sobre o papel dos investidores, entre outros temas ligados à startups, ouça nosso podcast com Amure Pinho, Presidente da Associação Brasileira de Startups:

Dando continuidade ao tema, Marc Sangarné acredita que o empreendedor tem tantos desafios diferentes que precisa de uma ajuda para não se perder.
Por isso, uma mentoria pode fazer muita diferença. O investidor-anjo deveria ter alguma expertise relevante para oferecer: conhecimento, experiência ou rede de contatos.
Às vezes, um simples questionamento de alguém fora da operação pode ajudar muito.
Veja mais: Aprenda como ser um empreendedor de sucesso em 40 minutos de TED Talks

Virando a conversa: e quem procura investidor, o que deve fazer?

Falamos muito, com ajuda destes 2 especialistas, sobre como investir em startups. E o empreendedor, o que ele deve fazer para encontrar um investidor? Como uma startup consegue captar investimento?
Antes de ver as recomendações finais do Marc e do Guilherme, confira este webinar promovido pela WeDoLogos, com depoimentos de quem conseguiu atrair investidores para a sua startup.

Veja também: Os 5 critérios fundamentais para conseguir impressionar investidores de startup com sua estratégia de negócios
Marc Sangarné passa uma receita prática com 2 pontos chave para convencer investidores:

1- O mais importante é vender o time:

  • Sabem fazer as coisas acontecer?
  • Trabalham bem juntos?
  • Tem perfis complementares?
  • Existe uma motivação profunda para resolver algum problema?

O empreendedorismo é uma montanha russa emocional. Tem dias de vitória e dias de derrota. Muitas pessoas abandonam os seus sonhos por causa de dificuldades.
Mostre porque este time vai superar este desafio e não desistir, capriche nas respostas, com fatos.

2- A busca do investidor tem que ser feita no momento certo:

Montar o time e testar as hipóteses do negócio, muitas vezes, pode ser feito sem capital. Buscar capital cedo demais pode ser uma perda de tempo e prejudicar o desenvolvimento do negócio, acabando com o incentivo de criar processos eficientes e uma operação enxuta.
Guilherme, por sua vez, ressalta que a preparação e a performance são tudo:

“Mostre para ele [o investidor] que você conhece muito bem a dor, o mercado e tem um bom modelo de negócio”

É preciso mostrar também que você vem evoluindo, seja na validação ou em tração, e que você é a pessoa certa para transformar a sua visão em realidade.
Nas negociações, pense no futuro da empresa e como novos investidores podem ajudar você a seguir motivado para transformar o seu negócio.
O investidor estará olhando seu negócio como algo que irá trazer um retorno no futuro, por isso, mostre para ele como você trará retorno para o investimento dele.
Ufa! Foi muita informação, não?
Esperamos que estas dicas de como investir em startups (e também de como conseguir investidores) tenham sido úteis para você.
Qualquer dúvida, é só pedir mais esclarecimento nos comentários. E como sempre é tempo para se capacitar e aprender mais, que tal baixar nosso e-book:
Guia de produtividade para equipes de alta performance

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